002 | Carnaval Recife - Olinda
- Regina Feitoza
- 9 de fev. de 2016
- 3 min de leitura
Caronando na BR de Sergipe conseguimos uma carona direto pra Recife, como descrevemos no post anterior (001). Finalmente chegamos na casa da nossa host, a que nos hospedaria por todo o carnaval. Como foi nosso primeiro dia na estrada, nossas mochilas estavam muito pesadas, mas até aquele momento eu acreditava que iria precisa de tudo que estava ali e andamos bastante com elas nas costas até chegar na casa da Rebeca. Pegamos dois ônibus e descemos no poto mais próximos que ficava há umas quatro ou cinco quadras, mas quando sua mochila pesa uns 17Kg, a distância se torna ainda maior.
Estávamos mortos de cansados, de fome, de sede... Eu não conseguia fazer nada, quase nem andar, de tão cansada e de tanta fome, o Luciano ainda tomou um banho antes de sairmos pra procurar alguma coisa pra comer. Já era por volta das 23h e praticamente não havia nenhum restaurante ou mesmo lanchonete abertos. Por sorte encontramos um bar que não servia refeições, mas apenas tiragostos e isso foi a salvação da noite.

Pedimos uma porção de carne com cebolas, água e,lógico, pra comemorar o nosso primeiro dia na estrada, nossa primeira carona e o início da nossa viagem no estilo mochilão pelo mundo, pedimos também uma CERVEJA, hahahahahah a melhor cerveja que já tomei na minha vida. Àquela altura do cansaço não podíamos deixar de comemorar os primeiros passos dessa aventura.
Chegamos em Recife uma semana antes do carnaval. Queríamos curtir a cidade antes que fosse invadida por milhões de pessoas. Queríamos conhecer uma Recife diferente, uma Olinda diferente daquelas que conhecíamos quando já estava tomada pelas multidões acompanhando as bandinhas do carnaval. Então quando chegamos na casa da Bel, éramos só nós três, Luciano, Rebeca e eu. Ao passo que ia se aproximando o carnaval, a Bel ia recebendo gente em casa, pessoas vindas do Brasil e do Mundo pra curtir aquele que, para nós, é o melhor carnaval do mundo.
E durante o carnaval o apartamento da Bel, que é composto por uma sala, um quarto, uma cozinha e um banheiro, abrigou nove pessoas, era um verdadeiro coração de mãe. Parecia que estava muito cheio e sufocante, durante o ápice do verão no Brasil,mas na verdade estava muito acolhedor. As refeições eram preparadas pra todos e comíamos sempre juntos, era uma clima muito bom na casa, uma energia muito intensa. Havíamos nós dois, a Bel, uma paulista, duas alemãs, um francês e dois argentinos. O francês era sempre o cozinheiro (por sua conta) e a gente adorava, eita francês que cozinhava bem hahahahahaha pense que passamos um carnaval bem alimentados!
Faz muito calor na cidade, normalmente, imagina no ápice do verão? tava calor demais. Nem todo dia eu aguentava sair, então um dia do carnaval fiquei em casa e outros só saía já no final da tarde e no último dia, na terça-feira à noite, estava em casa dormindo e acordei com muita febre, muito forte, não havia doença aparente, mas foi uma febre muito forte. Tomei um anti térmico e adormeci, acordei na quarta-feira de cinzas novamente com febre alta, tomei outro anti térmico. Na mesma quarta-feira, à noite, mudamos de casa, fomos pra casa de um outro amigo. A febre havia desaparecido e o que apareceu foi uma tosse seca acompanhada de muita dor nas costas. No segundo dia, esse amigo que nos recebeu em sua casa, era médico e num ato de bondade me examinou em casa e detectou um início de pneumonia. Me deu um antibiótico próprio para o tratamento, um remédio muito caro, mas que ganhei do médico-amigo e nos próximos 20 dias, sem falta, minha vida era tomar um desses até que encerrasse o tratamento.
Ficamos na sua casa por uma semana e já no quarto, quinto dia, me sentia melhor da tosse e das dores nas costas. Então resolvemos repor um pouco do dinheiro gasto no carnaval, resolvemos vender brigadeiro na cidade de Recife. A primeira investida não deu muito certo, na verdade não deu nada certo kkkkkkkk. Estávamos na praia de Boa Viagem e por ali os negócios não foram bons. Mas não desistimos e no outro dia fomos ao Marco Zero. Aaaahhhh ali sim foi uma boa venda.
Rapidinho vendemos praticamente toda nossa produção, foi uma experiência incrível. Ali se fortalecia a minha certeza de que estava preparada pra encarar uma viagem com pouco dinheiro. Percebi que eu poderia me virar e manter vivo o meu sonho de viajar o mundo.
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