020 | Me extraña Rosario
- Regina Feitoza
- 7 de mai. de 2016
- 3 min de leitura
Quando chegamos na cidade eu achei que era mais tranquila, apesar dos quase um milhão de habitantes e durante a estadia confirmamos essa primeira impressão. A cidade é daquelas que eu moraria de boa. Muito arborizada, trânsito tranquilo, da pra andar de bike na boa, limpa, forte comércio e um povo muito acolhedor. A estadia na cidade foi linda, tranquila e apaixonante.
Mas tanto amor por esta cidade teve um ingrediente muito especial.
Fomos recebidos na casa da Jousy e seu cãozinho, como relatei na última postagem, mas logo conhecemos sua mãe, uma senhorinha incrível super disposta que não se cansava nunca hahahhahaha andávamos por toda a cidade, eu já morta de cansada e ela no pique total.
Nascida e criada em Rosario conhece tudo da cidade, sua história e curiosidades. Nos levou, por dois dias, pra um passeio por toda cidade. Tínhamos uma guia particular, cada lugar uma história, cada parque uma curiosidade, cada casa, uma lembrança...
Foi fantástico conhecer um lugar através dos olhos de uma pessoa que presenciou a história.
E na história dessa senhorinha hiperativa também fatos curiosos, interessantes. Um deles é que, quando jovem, morou por oito anos no Brasil, mais precisamente em São Paulo. Até aí, nada demais. O que chamou a atenção na história é que ela foi assessora de Paulo Maluf quando governador de São Paulo (1979-1982) e resolveu ir embora do Brasil depois de presenciar um governo tão maléfico. Outro fato que a fez voltar pro seu país foi a violência da cidade. Assaltos à mão armada, assassinatos por motivos fúteis e tantas outras atrocidades, amedrontaram àquela jovem estrangeira e a fez voltar pro seu país, pra sua cidade... isso era iniciozinho da década de 80.
Depois de conhecer um pouco sua história voltamos a conhecer mais da cidade e quanto mais conhecia mais gostava dali. Rosario é a cidade de nascimento de Chê Guevara, a casa onde nasceu o guerrilheiro, político e médico, tem apenas uma plaquinha bem discreta "aqui nasceu Chê Guevara" não fomos até lá, a casa na verdade é um prédio de apartamentos que a família passou só alguns dias, pois o pequeno nas eu ali mais por um acaso e a família ficou na cidade só o tempo de recuperação da mãe e seguiram viagem para Buenos Aires.
Fomos à feira no domingo, mas não uma feira qualquer, uma feira que se prolonga ao longo da orla do rio, uma orla linda, muito arborizada e com um gramado bem largo abrigando a galerinha sentada tomando seu mate, crianças correndo, cachorros brincando... um ambiente muito gostoso, tranquilo... foi difícil deixar a cidade.
Conheci ainda uma turma muito bacana na aula de biodança que participei a convite da Jousy, nossa host.
A energia estava tão boa que no final de semana a Jousy precisou viajar mas se sentiu muito tranquila em nos deixar sozinhos em seu apartamento, no domingo à noite quando retornou, jantamos em português, ela é brasileira, nascida durante a estadia de sua mãe no Brasil, está agora renovando seus documentos brasileiros, adora o Brasil é está aprendendo português, como era nossa última noite te demos de presente uma noite de conversa em português, regada a vinho e comidinhas, deliciosa despedida e até hoje sinto saudades.
Mas a viagem tem que seguir e na segunda-feira cedinho fomos pra estrada novamente rumo à Córdoba...
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