0028 | Mendoza, um oásis no sertão argentino

Regina feitoza
11 de jul. de 2016
3 min de leitura

Depois da tensão para embarcar em Córdoba rumo à Mendoza, finalmente chegamos na nova cidade. Eram 6:30 da manhã, sem internet, não sabia exatamente a temperatura, mas tava frio, muito frio, tipo uns 5º sei quando tá por aí quando não consigo ficar sem luvas heheheh.

Ainda estava escuro e nosso host do couchsurfing, o Sergio, foi nos encontrar. Saímos da rodoviária em um táxi até o seu trabalho, onde ele ia bater o ponto e nos levar pra casa. Ele é funcionário público estatal e fomos para o prédio do governo onde ele trabalha. A Casa de Gobierno, como é chamado o nosso conhecido Palácio do Governo, tava todo iluminado de azul, achei lindo e o Sérgio então nos informou que aquele dia (06.07) era o dia da troca de guarda e que era um evento na cidade. Eu logo fiquei curiosa para assistir. Fomos em casa, deixamos a mochila, tomamos um café e voltamos pra assistir àquele que seria o evento do dia na cidade.

E assim começou nossa aventura em Mendonza. Por quatro dias passeamos pela cidade, conhecemos sua história e suas belezas, que não são poucas, e claro, o mais diversos fatos curiosos sobre a cidade.

Mendoza tem um clima árido e sua vegetação é típica desse tipo clima, ou seja, a caatinga, tão conhecida pelos brasileiros, principalmente o nordestino. Porém a cidade é extremamente arborizada. Todas as ruas possuem árvores em frente às casas e prédios e esses não são muito presentes na cidade, evitando que a ventilação seja prejudicada. A forma como a cidade mantem essas árvores é bem curiosa.

Com um clima seco e uma vegetação de caatinga, Mendoza não tem frondosas árvores nativas (as fotos foram feitas no inverno, por isso as árvores estão secas), porém é bastante arborizada e possui um parque com quase o tamanho da cidade. Acontece que, em 1861 a cidade sofreu um terremoto que devastou absolutamente tudo, quando as autoridades reconstruíram a cidade foram plantadas árvores em todas as ruas, erguidas várias praças e o enorme parque San Martin. Para que essas árvores fossem mantidas era necessário uma rega intensa, para isso foram construídas as acéquias.

Esse pequeno canal que passa aos pés das árvores está presente em todas as ruas da cidade, regam as árvores e frescam o ar seco.

E é exatamente esse clima seco, porém frio, muito frio (abaixo dos 10º no inverno e em torno dos 25º no verão), que garante à Mendoza o cultivo das melhores uvas e faz da produção de vinho a sua principal fonte econômica, seguida pelo turismo e refinação de petróleo.

Bem, esse sistema de rega das árvores mantém um delicioso clima bucólico na cidade. Não sei se vou conseguir traduzir toda a sua beleza nas fotos que tirei e olha que estamos no inverno, quando a maioria das árvores estão secas.

A cidade é muito tranquila, apesar de ser a quarta maior na argentina, possui pouco mais de 100 mil habitantes. A cidade é praticamente toda voltada para o comércio e o pessoal acabam morando em cidade vizinhas, porém muito próximas, o que forma a grande Mendoza, aí sim apresentando cerca de 1milhão de pessoas. Como a principal atividade econômica é o cultivo da uva e a produção de vinho,é justamente fora da capital onde se concentra a maior parte da população.

Passar por Mendoza foi uma experiência maravilhosa. Foram quatro dias caminhando por suas ruas, visitando parques, bodegas (fábrica de vinho) provando vinhos deliciosos, na verdade, só no terceiro dia lembrei que não havia tomado água, só vinho kkkkkkkkmas em Mendoza pode!!!

Lembro que as vezes segurava uma garrafa de vinho em Aracaju e lia sua procedência, Mendoza, Argentina, e era sempre considerado os melhores vinhos e pensava, um dia vou conhecer a terra dos vinhos. E aqui estou!

Mas Mendoza, como já disse, não é somente vinho, a cidade também recebe um grande número de turista o ano todo, em todas as estações e o principal atrativo da cidade é o Cerro Aconcágua.